O humorista Marcelo Madureira disse à Augusto Nunes, falando sério, no “Prato Feito” do site da Veja:
“No Brasil, o maior inimigo do povo é o Estado”.
http://veja.abril.com.br/multimidia/video/no-brasil-o-maior-inimigo-do-povo-e-o-estado
O mergulho do Brasil continua. A mediocridade se agiganta. E ninguém sabe onde termina o fundo do poço.
Enquanto isto, a perplexidade geral é assombrosa. O povo assiste a este circo de horrores em estado de espanto. E enquanto muitos desanimam de sair às ruas por desalento, outros não o fazem por terem entrado em estado catatônico.
Mas temos que reagir. Se os detentores do poder só pensam em salvar a própria pele, qualquer solução precisa partir do povo. Da sociedade. E precisa vir embalada em ideias e não apenas em críticas e resmungos.
A saída digital, com a ruptura do modelo analógico que nos aprisiona em naftalina, é um caminho.
Transformar o Brasil em um país Digital é diferente da mera adoção de alguns aplicativos.
Simples reparos ou remendos no país analógico não serão capazes de por o país nos trilhos digitais. O que a Geração da Mudança reclama é uma transformação profunda. Uma mudança de qualidade na organização do Estado que seja capaz de levar o país a um novo modelo de Organização Institucional.
A Geração da Mudança é diferente das que a antecederam. Trata-se de uma geração que nasceu e cresceu num mundo digital. Para esta geração, o sonolento modelo do “setor público” e das instituições lerdas, pesadas e imensamente dispendiosas – além de corruptas – é um contrassenso.
É incompreensível, a uma geração habituada a agilidade da internet, habituada a um mundo em upgrade permanente, onde tudo evolui e se resolve de forma rápida e direta, que o país precise deste governo absurdo, tão pesado e obsoleto como um encouraçado da segunda grande guerra, sustentando uma multidão de burocratas e parasitas.
Como explicar que o congresso, por exemplo, precise 25 mil servidores diretos e mais de cinco mil servidores terceirizados, ganhando extra-polpudos salários (Um jornalista ganha 18.440 reais mensais, um segurança concursado, ganha 6.722 reais mensais.) para oferecer resultados tão pífios?
O Congresso Nacional brasileiro é o mais caro por habitante, segundo levantamento da Transparência Brasil sobre os orçamentos do Legislativo federal em 11 outros países. Apenas o Congresso dos Estados Unidos é mais caro que o brasileiro, mas ainda assim pesa menos no bolso de cada cidadão do País.
A pesquisa da Transparência Brasil comparou o orçamento do Congresso brasileiro com os da Alemanha, Argentina, Canadá, Chile, Espanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Itália, México e Portugal.
Proporcionalmente, o Brasil gasta seis vezes mais de sua própria riqueza para manter o poder Legislativo funcionando que os Estados Unidos, nove vezes mais que o Reino Unido e 11 vezes mais que a Espanha. A pesquisa mostra que 0,19% do PIB nacional é usado para manter o Congresso. Ou seja, de cada 100 reais produzidos aqui, 19 centavos vão para o Legislativo federal. O número pode parecer pequeno, mas colegas americanos e ingleses gastam bem menos: 0,03% e 0,02%, respectivamente.
Em 2007, o Brasil destinou para a manutenção do mandato de cada um de seus 594 parlamentares federais — 513 deputados e 81 senadores — quase quatro vezes a média do gasto dos parlamentos europeus e do canadense. Pelos padrões europeus de gasto parlamentar, o orçamento do Congresso brasileiro — equivalente a R$ 11.545,04 por minuto — poderia manter o mandato de 2.556 integrantes.
Se for levado em conta o custo absoluto do Congresso brasileiro por habitante (R$ 32,49), ele seria o terceiro mais caro do mundo, atrás do italiano (R$ 64,46) e do francês (R$ 34). O Brasil fica mais caro, porém, se for calculado o peso desse custo no bolso de cada habitante por duas medidas importantes para comparar economias nacionais — o salário mínimo e o PIB per capita. No Brasil, gasta-se dez vezes, em relação ao salário mínimo, o que se gasta na Alemanha ou no Reino Unido. Comparado ao PIB per capita, o gasto nacional é mais de oito vezes maior que o espanhol.
O mandato de cada parlamentar brasileiro custa hoje 2.068 salários mínimos — mais que o dobro do que ocorre no México, segundo colocado entre os países pesquisados, e 37 vezes o gasto proporcional ao salário mínimo registrado na Espanha.
Embora não tenham sido levantados neste estudo os custos diretos do mandato — salário, benefícios, assessores e verbas indenizatórias -, é possível comparar os gastos verificados na Câmara dos Deputados (R$ 101 mil mensais) aos da Câmara dos Comuns britânica (R$ 600 mil por ano). Cada parlamentar brasileiro consome mais do que o dobro de um parlamentar de um país em que a renda per capita e o custo de vida são muito superiores aos do Brasil.
Mesmo se não houvesse Senado — a Casa mais cara do mundo por membro, segundo o levantamento — o Brasil ainda teria um dos Legislativos mais caros existentes. O Orçamento de um Congresso unicameral seria menor que o do Parlamento italiano, o terceiro da lista.
O levantamento reforça a percepção de que os integrantes das Casas legislativas brasileiras perderam a noção de proporção entre o que fazem e o país em que vivem, segundo, a ONG Transparência Brasil.
E os gastos não são diferentes no Poder Executivo ou no Judiciário. Este modelo gastador, perdulário e ineficiente, definitivamente não foi organizado para servir ao povo nem para prestar os serviços que cabe ao Estado prover. Foi organizado para manter uma aristocracia burocrática feita de dignitários, funcionários públicos, militantes políticos e parasitas. Tanto que os serviços públicos no Brasil são uma piada de mau gosto. Além da péssima qualidade, tratam o cidadão como se fizessem um favor.
Ceska – O digitaleiro