A crise brasileira foi fabricada pela esquerda petista e pelos governos Lula e Dilma. Parafuso por parafuso. Engrenagem por engrenagem. Este monumento de incompetência foi um trabalho de respeito. Uma meticulosa construção de atraso. Mas além de equívocos em série. que nem é preciso enumerar para quem lê jornais, acessa à internet ou assiste televisão, existe o total desconhecimento do mundo real e do que vem acontecendo no planeta.
As tecnologias digitais vem chegando tão avassaladora como a lama que desceu da represa em Mariana. As novas soluções estão destruindo tudo em seu caminho. As novas tecnologias são as agentes da atual onda de destruição criativa.
A inovação é o impulso fundamental que aciona e mantém em marcha o motor capitalista, constantemente criando novos produtos, novos mercados e, implacavelmente, sobrepondo-se aos antigos métodos, menos eficientes e mais caros.
Isto tudo já dizia Joseph Alois Schumpeter (1883 – 1950). Em qualquer mercado, as regras da competição definem quem ganha e quem perde. Esta é uma verdade que se aplica tanto para as nações, no comercio internacional, como para as organizações e empresas que transacionam no âmbito do mercado de saúde brasileiro.
Os cursos de economia ensinam que, no tempo da agricultura, tudo era muito mais simples. A posse da terra e dos recursos determinava o ganhador. O advento da era industrial elevou a complexidade, mas o mundo ainda funcionava de forma linear. Neste tempo, que durou do início da revolução industrial até algo como dois decênios atrás, a pole position era daquele que detivesse controle sobre a cadeia de suprimentos.
Mas a era digital finalmente chegou para reordenar o planeta. A reformulação total das regras que predominaram por muito tempo está dizimando o mercado. Tanto no Business-to-Consumer como no Business-to-Business, a falta de adaptação aos novos tempos está fazendo sucumbir empresas que estiveram no panorama do setor por décadas. Infelizmente, como muitos estão descobrindo, não foi só a máquina de escrever que foi mandada para o museu. O problema, para os que não conseguirem adaptar-se aos novos tempos, é que mudarão os atores. Saem os velhos, entram os inovadores.
Com o que já se pode observar nem é preciso bola de cristal para se antever o que vai acontecer no mercado. Com empresas altamente digitalizadas e sofisticadas, haverá menos players. Para sobreviver as empresas precisarão ser de porte maior e mais competitivas. Uma tendência que deve levar grande parte da industria nacional a ser vendida ou virar sucata.
Para quem examina as transformações mais de perto, está claro que as bases da competição se apóiam cada vez mais em verdadeiros ecosistemas, onde uns dependem dos outros e nenhum elo da cadeia vai sobreviver no isolamento e na autosuficiênica. Gostando ou não gostando, o novo modelo de negócios se expressa num paradigma de cooperação e parcerias. Neste novo cenário, as decisões isoladas e pontuais, que predominavam no antigo modelo de fazer negócios, vão forçosamente ceder lugar a um modelo de encadeamento de interesses que vai, por sua vez, requer um grau de proximidade muito maior entre os parceiros de negócios. Não há dúvida de que só um bem azeitando relacionamento entre as partes e a capacidade de gerar valor para o cliente vão garantir uma posição de destaque no mercado.
Na prática, acabou o tempo em que dava para vender e passar o problema para o cliente. O cliente agora só quer comprar resultados. Quem resolve o problema a custo competitivo vai sobreviver. Quem não resolve está fora. Potando está decretado o fim da era romântica dos caixeiros viajantes e dos negócios entre compadres. No novo eco-sistema, pode ser que alguns antigos relacionamentos e fidelidades ainda sirvam para abrir algumas portas. Mas sem um novo conteúdo tecnológico e sem um novo grau de compromisso e envolvimento, tudo o que ainda conseguirão será criar a oportunidade para o abraço de despedidas.
Tudo isto, evidentemente, está mexendo com o mercado. Alguns sequer conseguem entender com clareza o que está acontecendo. As vendas caem, pedidos prometidos não vem, os pregões presencias e eletrônicos surgem por todo lado e desmontam esquemas de venda cuidadosamente armados e cultivados por decênios. Nem a resposta aos anúncios corresponde ao esperado. De repente, para a perplexidade geral do mercado, nada mais é como era e nem funciona mais como funcionava.
Do ponto de vista do Business-to-Business, A velha máxima que recomendava não colocar todos os ovos num só cesto deverá ceder lugar à máxima preconizada por Andrew Carnegie: “Agora é colocar todos os ovos num só cesto…e vigiar o cesto!.”
O avanço no caminho deste novo paradigma de concentração começou de forma gradativa, mas nos últimos anos tomou grande impulso e vem ganhando crescente velocidade. O motor destas mudanças é a tecnologia digital. Especialmente o computador e a Internet. A Internet está em toda parte e vem ditando um acelerado processo de mudança. Desde uns dez anos atrás, vivemos o processo romântico dos Portais. Havia propostas para todos os gostos e nem todos sobreviveram, mas entre os que passaram à fase adulta estão sólidos portais dedicados ao chamado e-procurement e à intermediação de compras.
E o Brasil?
Como sempre, estamos atrasados e à reboque dos fatos. Mas quem anda perdido é o governo, sãos os políticos, os burocratas. Multidões de membros da geração digital brasileira correm por fora e sabem o que devem fazer. É só tirar do caminho o entulho analógico e abrir espaço para as soluções digitais que faremos a destruição criativa trabalhar à favor do Brasil
Ceska – O digitaleiro