Emprego bom na crise braba

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Emprego bom em crise braba é para quem vai à luta!

Emprego bom na crise braba existe, mas é difícil de achar.

Se a crise é muita, a competência precisa ser máxima. Ser meio bom não basta. É preciso ser muito, muito bom.

Para quem quer, sempre existe uma maneira de fazer melhor…encontre-a. Este é um conselho de Thomas Edison e vem bem a calhar para quem deseja melhorar sua empregabilidade neste tempos bicudos.

Com crise ou sem crise, tem cerca de 40 milhões de pessoas com emprego formal no Brasil (dados atualizados indicam que são 39,37 milhões de pessoas em março deste ano, contra 41,22 milhões de pessoas empregadas, com carteira assinada, no mesmo mês do ano passado.) Assim, pela lógica, encontrar um para você não é tarefa impossível. Especialmente se você tiver qualidades e souber mostrá-las no lugar certo, na hora certa e da forma certa. Claro, se você tiver talento, competências e uma atitude proativa suas chances aumentam muito. Mas, nestes tempos áridos, não espere que o emprego que você busca caia do céu. De modo que, para encontra-lo, é preciso contar com um bom planejamento e estar disposto a ser flexível, criativo e, mais que tudo, empenhar-se fundo na busca de seu lugar ao sol.

Procurar emprego é trabalho duro e atividade de tempo integral. E exige um “Plano de Ação”, com estratégia, método e disciplina. Ainda mais se você precisa de um emprego para “ontem”.

É um fato da vida, mas em uma crise como a atual você precisa desenvolver uma visão de Raio-X, como o SuperHomem: saber ver através das paredes e descobrir empregos pelo faro.

Um pouco de kabala também ajuda: preste atenção nos sinais visíveis do universo invisível, estudando os sinais emitidos por empresas que possam estar se dando bem na exportação ou atuando em nichos favorecidos pela crise. Estude o mercado para entender seu contexto, localizar as oportunidades e saber o máximo possível sobre as opções de emprego existentes e como você pode chegar até elas.

Mas vamos ao planejamento da ação:

  • Defina o seu papel no mercado

Somos todos atores em nossos papéis na sociedade. Quem afirma isto é o médico e psicólogo Jacob Levy Moreno (1889 – 1974), cientista muito respeitado nas áreas de formação e treinamento, autor do conceito de “espontaneidade” e criador do psicodrama e do sociodrama.

Assim, um emprego outra coisa não é senão um palco onde você vai exercer o seu papel profissional e social. Onde você vai aplicar seus conhecimentos e competências e interagir com seus superiores, colegas e, eventualmente, com os fornecedores, clientes e stakeholders da empresa. Da qualidade de seu desempenho em cada uma das habilidades requeridas para a sua função virá seu grau de empregabilidade.

Uma tarefa que precede a definição de seu papel e de seu posicionamento no mercado de trabalho é listar as competências requeridas para o exercício da função buscada e, em seguida, tomar consciência sobre qual o seu grau de habilidade no desempenho de cada uma delas.

Outro conjunto de definições inclui a sua missão: aquilo que você deseja ser e fazer; sua visão: a forma como você deseja atingir seus objetivos profissionais e pessoais; seus valores: as coisa em que você acredita e seus princípios: o eixo moral de sua vida, sua integridade e lealdade.

Este exercício serve a dois propósitos:

Um, ajuda você a estabelecer seu grau de empregabilidade em um dado setor ou empresa. (Por exemplo, se você domina o alemão, esta é uma vantagem que soma pontos em empresas de origem alemã.) e

Dois, permite que você identifique melhor seus pontos fortes e fracos, facilitando a tarefa de reforçar e destacar seus pontos fortes e melhorar as habilidades em que você se reconhece fraco.   

  • Defina seu foco

Foco significa concentração de esforços em uma área delimitada. Você precisa eliminar tudo o que não é relevante para sua empregabilidade. Não dá para ser bom em tudo. Assim como não dá para ser bom com esforços meia-boca. Então é necessário saber escolher a abrangência de seu foco e deixar de fora tudo o que possa atrapalhar ou roubar energia do seu mix de empregabilidade. Competir por um emprego é como participar de qualquer outra competição: ganha o melhor.

Acontece que nem sempre é fácil saber onde focar seus esforços. Para obter bons resultados é preciso saber o que mercado busca e como posicionar-se de forma favorável para conquistar a pole-position na disputa pelo emprego ou pelo cargo.

Saber focar esforços significa ser profissional. E ser profissional significa dominar não apenas as competências centrais de uma atividade, mas também os detalhes e segredos do desempenho da função. E o bom desempenho requer domínio sobre o papel a ser exercido na empresa ou organização.

A escolha de um emprego, assim como a de uma profissão ou carreira, pressupõe que você sabe qual a sua vocação e qualificação, bem como quais são suas virtudes e defeitos, suas aspirações, aptidões, expectativas e resiliência. Conhece-te a ti mesmo, recomendava Sócrates a quem quisesse conhecer seu lugar no universo. Pode-se supor que o sábio grego não tinha em mente a busca por um emprego, mas conhecer-se a si mesmo é um passo importante, na medida em que você quer um lugar no mercado, que é aquela parte do universo onde estão os empregos.

Portanto, se você ainda não sabe, comece por descobrir quem exatamente você é e o que, precisamente, você aspira em sua vida profissional. Aqui lembrando que Confúcio já dizia: escolha um trabalho de que você goste e você nunca vai precisar trabalhar um só dia na sua vida.

  • A autodescoberta

O ideal é dividir o processo de autodescoberta em duas partes:

Parte um: olhe para dentro de você mesmo. Qual o seu sonho? O que você que fazer em sua vida? Escreva tudo isto e liste seus objetivos, crenças, valores, competências, habilidades, experiências, realizações e conquistas

Parte dois: descubra como os outros o veem. Peça e ouça a opinião de pessoas em que você confia sobre o que elas pensam sobre você. Sobre o que acham de suas habilidades e sobre como percebem o seu desempenho. Pergunte também sobre o que elas sabem em relação ao que os outros falam a seu respeito. Prepare-se para ouvir algumas coisas menos agradáveis, mas encare eventuais críticas como uma ajuda para o seu processo de melhoria em sua empregabilidade. Aliás, desconfie se você só ouvir elogios ou se só falarem bem de você. Afinao, ninguém é perfeito. Até o juiz Sérgio Moro disse que comete erros. Assim não tenha medo de enfrentar os fatos e nem se deixe abater. O que você quer não é uma massagem em seu ego, mas compreender quais fatores podem contribuir ou prejudicar sua jornada em busca do melhor emprego ao seu alcance.

Uma vez que você tenha obtido um bom conhecimento de si próprio e adquirido uma visão clara de seu papel, defina sua nova identidade profissional. Ela deve passar a ser o eixo de seus esforços.

  • Mapeie as oportunidades

Quais são e onde estão os empregos em linha com sua nova identidade profissional?

Pesquise e coloque em seu radar pelo menos 20 empresas que pareçam promissoras.

Descobrir possíveis oportunidades é essencial para o êxito de sua busca a um bom emprego. Tenha em mente, contudo, que apenas uma em cada dez vagas é anunciada – nove são preenchidas a partir de um banco de candidatos, por indicação, recrutamento interno ou remanejamento de pessoal. Outra coisa: apenas um percentual das vagas anunciadas tem qualidade, porque muitos anúncios se referem à pesquisa de salários, empregos temporários, vendas à base de comissão ou picaretagem pura e simples. Portanto, não desperdice seu tempo lendo anúncios periféricos à sua busca e não confie resolver seu problema por meio de anúncios. A boa notícia é que  as empresas sempre tem posições à espera de um candidato certo. As vendas estão desabando? Um bom vendedor poderá ter aí sua chance. É preciso reduzir custos? Quem saiba como fazer isto será ouvido. Mas seja objetivo. As empresas querem resultados.

  • Vá à luta

E, uma vez feito o seu dever de casa, vá à luta. Estude como chegar à cada empresa de sue interesse. Escreva o caminho a ser percorrido. Pesquise entre seus amigos e seu relacionamento se alguém conhece alguém na empresa alvo de seus esforços. Ligue para o RH da empresa e pergunte a quem enviar seu currículo e com quem conversar sobre a área de seu interesse sobre uma posição ou vaga que possa estar aberta. Em crises com a que vivemos muitas empresas procuram agrupar funções e reduzir os salários e o número de empregados. A demissão de um pode ser a contratação de outro, mais qualificado, mais produtivo e, claro, mais barato. E isto cria vagas e oportunidades.

  • Não acredite no primeiro “não”

Fique preparado para encontrar uma barreira de nãos. Em uma grande empresa muitas pessoas tem o poder de dizer “não”, mas apenas um grupo muito reduzido de pessoas tem o poder do sim. Descubra quem tem este poder e não desista enquanto não chegar a elas. Se um caminho não funciona, tente outro.

  • Assuma sua Missão

Nenhum vento sopra a favor de quem não sabe para onde ir (Sêneca).

Faça suas escolhas e escreva uma Declaração da sua Missão na busca do emprego.

Use o ensinamento das empresas de primeira linha que usam as “declarações de missão” como forma de definir com clareza os objetivos e o passo a passo planejados. Escreva com detalhes sua declaração: seja específico sobre o que você busca, tipo de empresa, seus valores e crenças, o elenco de habilidades e competências que você deseja utilizar, o tipo de cultura da empresa, o nível da responsabilidade que você se propõe a assumir, a região geográfica, o potencial de carreira e crescimento, disposição para viagens, para mudar de endereço, salário e benefícios desejados. Esta “declaração” ajudará você a manter seu foco. Em momentos de incerteza você poderá se valer desta declaração para recobrar sua confiança e manter seu foco.

  • O Plano de Ação

Um Plano de Ação deve separar o ciclo da atividade nos seus passos: como você vai encontrar as empresas, como você vai reunir seus dados de contato, como site, e-mail e telefone, como você vai fazer o contato, se por telefone, e-mail, etc. Depois de fazer o seu planejamento é preciso partir para o “fazejamento”, como diria o ex-prefeito de São Paulo, Brig. Faria Lima.

Um bom plano deve incluir um conjunto de objetivos intermediários e como chegar a eles.

Por exemplo: desenvolver uma rede de contatos para obter indicação, apoio e referências

Estratégias: Entrar em contato com ex-colegas e conhecidos. Usar grupos no LinkedIn para gerar contatos e conexões. Buscar contato com entidades e associações. Circular e mostrar presença em eventos e oportunidades para relacionamentos. Fazer ligações para os departamentos de pessoal. Mas atenção: selecione os eventos pelo critério da qualidade dos contatos possíveis. Ir por ir é desperdiçar seu ativo mais importante que é o tempo.

Ao selecionar a lista de empresas nas quais você tem interesse seja específico: que tipo de empresa você se propõe a pesquisar, como você vai fazer isto e em que profundidade.

Estabeleça metas de trabalho diárias: quantos contatos por telefone, quantos e-mails personalizados, quantos currículos enviados, quantas entrevistas. Estas metas vão permitir que você tenha indicadores sobre o progresso de seus esforços e se sinta pressionado a cumprir a atividade planejada. Até para garimpar um emprego existe uma curva de aprendizado.

Uma vez que você inicie a busca é preciso manter um acompanhamento de suas atividades e do seu progresso. Quer por meio eletrônico, quer em papel, é preciso ir anotando tudo, desde e-mails enviados, contatos via telefone, entrevistas realizadas, etc. Trata-se de uma rotina tediosa, mas que pode ajudar muito a conseguir o seu desejado emprego.

  • Sua narrativa

Seu empregador terá interesse em conhecer a história de sua vida, certamente, mas o eixo de sua narrativa deve destacar o que você, seus conhecimentos e experiência podem fazer para a empresa no futuro. Para saber como construir sua narrativa procure entender a empresa que você corteja. Se o emprego está anunciado, leia com atenção a descrição da função e outros materiais que você consiga encontrar. Leia o website da empresa, artigos e matérias publicadas, pesquise sobre seus produtos e serviços no Google, busque vídeos no YouTube, enfim procure “sentir” a cultura d empresa. Procure descobrir pessoas que tenham trabalhado na empresa antes por meio de sites de empregos ou no LinkedIn e peça para elas relatarem suas experiências. Por meio deste processo você irá ver a empresa sob diversos ângulos e, eventualmente, criar um sentimento de identidade com a empresa, com seus produtos e até com seus clientes.

Para organizar e facilitar esta tarefa de construir uma narrativa atraente, liste todas as suas habilidades e competências, tanto as que sejam diretamente ligadas a sua experiências profissionais como as ligadas indiretamente, como o domínio de softwares ou de outras habilidades úteis. Para cada uma faça uma ficha (pode ser numa planilha) e coloque um descritivo curto. Assim, à medida que uma entrevista se desenrole, você poderá facilmente encaixar cada um dos temas sem perder o curso da narrativa principal. Se você puder adicionar o relato de alguns casos ilustrativos, use-os, mas cuidado para não usar o escasso tempo da entrevista com coisas não relevantes.

Antes de cada entrevista repasse os temas e selecione os que você pretende utilizar, procurando ajustá-los à empresa, sua cultura e valores, incluindo a “linguagem” da empresa, os termos, marcas a nomenclatura utilizados para descrever seus mercado e produtos. Cuidado com a pronúncia de marcas ou termos estrangeiros. Já vi candidatos de bom potencial se queimarem por demonstrar desconhecimento ou falta de familiaridade com marcas ou produtos da empresa empregadora.

Um processo comprovado para melhorar seu desempenho é escrever sua narrativa e treiná-la. Mas, claro, não apresente sua história como um texto decorado.

Uma boa fórmula de encadear os assuntos envolve seis tópicos:

Primeiro: Quem eu sou. Um resumo de sua história pessoal, onde nasceu e viveu, situação familiar e residência. Entre três e cinco minutos. O importante é deixar claro que você não é filho de chocadeira…

Segundo: Como cheguei aqui. Sua formação, escolaridade, educação, habilidades e competências.

Terceiro: O que fiz em minha vida profissional. Atividades, empregos, cargos, incumbências, missões. De preferência destacando aspectos do seu desempenho sempre que conveniente, notadamente quando tiverem aspectos que possam ser úteis na função desejada.

Quarto: O que busco para o futuro. Tipo de desafio que me motiva, o que gostaria de alcançar.

Quinto: Como antecipo minha atuação no cargo ou função. Esse item requer um cuidado dobrado. Demonstre que você entende os desafios do cargo e que está preparado para enfrenta-los, mas evite fazer afirmações ou emitir julgamentos de valor que possam confrontar políticas, procedimentos ou valores da empresa.

Sexto: Minha ética. O que acredito. Os aspectos éticos tem enorme peso no processo de seleção. Dedicação, compromisso e lealdade com a empresa são valores sempre muito valorizados. Enfatizar estes aspectos é sempre muito importante, mas prefira falar com fatos.

  • Duas recomendações adicionais:

A questão da atitude.

Ter o perfil certo é melhor do que ter o currículo mais longo. Se você pensa em buscar um emprego em empresas como a Ambev, Lojas Americanas, Burger King, Submarino, Bud­weiser, Heinz é bom ter em mente o tipo de gente que seus controladores, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira preferem: os PSD — poor, smart, deep desire to get rich (“pobre, esperto, com muita vontade de ficar rico”). Se você se qualifica, parabéns. Você vai longe.

A questão da apresentação pessoal

Procure apresentar-se em conformidade com a cultura da empresa. Cada organização tem seus valores internos, suas crenças e, eventualmente, seus preconceitos.

A questão do traje é muito importante. Na dúvida sobre o que vestir para a entrevista é bom perguntar para o RH da empresa. Dependendo do tipo da organização e da função, se apresentar fora dos padrões de expectativa da empresa é fatal. Empregos em bancos e na área financeira requerem terno e gravata de cores sóbrias. O setor bancário segue a linha dos banqueiros de Londres, onde “brown is not a gentleman’s color” (“marrom não é uma cor para cavalheiros”).

Para funções gerenciais, se apresentar bem trajado, bem escanhoado e com aspecto de executivo é condição necessária, mas sem exageros. Um exemplo bem ilustrativo: Por alguns anos fui assistente de Mr. Richard Alex Mozer, um empresário norte-americano que, entre outras empresas, era dono da fábrica de Empilhadeiras Yale no Brasil. Uma das minhas incumbências era a seleção dos executivos que seriam encaminhados para uma entrevista final com Mr. Mozer. Haviam os testes preliminares e uma pré-seleção com um psicólogo e tal, mas a principal recomendação que recebia de meu antigo chefe era que evitasse selecionar “os bonitinhos”. Mr. Mozer dizia, com fina ironia, que os executivos brasileiros eram “os mais bonitos do mundo”. Chegavam portando currículos reluzentes, cabelos cortados na moda, calçados italianos, gravatas francesas, camisas e ternos sob medida, tudo impecável. Mas, no dia a dia da operação, eram um desastre: estavam sempre mais preocupados com sua aparência, com academias e vida social do que com o bom desempenho na função. Não caia nesta.

O fator mais importante

Isoladamente, o fator mais importante de empregabilidade no Brasil é a fluência em inglês. Em igualdade de condições, quem tem bom domínio do inglês consegue um emprego duas vezes mais rápido do que quem tem apenas conhecimentos básicos. E recebe, em média, salários 45% maiores (Pesquisa da Catho). Portanto, use seu tempo disponível para dar polimento ao seu inglês. Existem muitas ferramentas grátis no Google, como o tradutor, por exemplo, que, inclusive, ensina a pronúncia das palavras.

(Saiba como melhorar seu inglês – veja abaixo)

Quer um bom emprego? Melhore seu inglês.

Enfim…

Empregos bons existem e existirão. Prepare-se, tenha a atitude certa e saia para a luta. Com crise ou sem crise, se você procurar de verdade, você vai achar seu lugar ao sol.

Sucesso!

Ceska – O digitaleiro


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